SAP: Ninguém vai perder empregos por causa da Inteligência Artificial

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Conceito de Inteligência Artificial (IA) - Mãos de robô digitando em um teclado iluminado.

Bangalore, Índia - A SAP realizou na semana passada,em Bangalore, na Índia, seu encontro anual de desenvolvedores, Teched, versão 2023, e um dos temas frequentemente abordados é o risco, ou não, de que empregos sejam substituídos pela inteligência artificial, especialmente a generativa.

Mas no vaivém de variadas novas aplicações e casos de uso, como a capacidade de criar um novo aplicativo a partir de instruções em linguagem natural, ou o app que ajuda cada pessoa a descobrir qual é e como reduzir a pegada de carbono, os representantes da empresa alemã de software fazem coro: no lugar de roubar empregos, a Inteligência Artificial vai abrir novas possibilidades e democratizar o desenvolvimento de programas.

“Ninguém vai perder emprego por causa da inteligência artificial. O potencial é de mudanças em como se trabalha, mas também vai enriquecer e criar novos empregos. Será realmente uma ameaça ou uma oportunidade? Na vida, sempre que há mudanças, há desconforto por quem não faz parte delas, se alguém está decidindo por você. Então, é preciso que haja vontade de aprender, de fazer parte de tudo isso”, diz a vice-presidente sênior e diretora de operações da SAP, Anja Schneider.

“No nosso caso, fazemos questão de que todos os funcionários tenha profundo conhecimento de IA generativa, esteja em finanças, administração, desenvolvimento ou jurídico, todos aprendem. Na SAP até criamos ‘dias da IA generativa’, liberando as pessoas do trabalho diário para aprender”, completa a executiva.

Com mais 450 mil clientes ao redor do planeta, mais de 15 mil deles no Brasil, e quase 80% das transações globais passando por suas plataformas de gestão corporativa, a aposta é que o ecossistema vai se transformar e, na prática, o próprio universo empresarial.

“Existe uma carência global de profissionais capacitados, ao mesmo tempo em que todas as empresas estão se tornando empresas de tecnologia. Essa falta de mão de obra leva à colaboração, de forma que todos estão se tornando capacitados. E veremos o crescimento de plataformas que tornarão todos capazes de escrever código”, destaca o diretor de Marketing e Soluções da SAP BTP e IA, JG Chirapurath.

Para o diretor de tecnologia da SAP, Juergen Mueller, a possibilidade que já existe de desenvolvimento de software a partir de linguagem natural, com apoio das ferramentas de IA generativa, significa que haverá uma mudança de papéis mesmo entre os criadores de códigos.

“Ano passado anunciamos o SAP Build Apps, voltado para o desenvolvimento em ‘low code’ ou ‘no code’, para programadores amadores e que têm possibilidade de criar aplicações empresariais ao lado de desenvolvedores profissionais das áreas de TI. Agora, estamos lançando para desenvolvedores profissionais, onde vemos que coisas mais simples, como códigos que são escritos muito comumente, geração de testes, serão coisas muito suportadas pela IA generativa. Mas não é possível terceirizar a responsabilidade. Então o papel dos desenvolvedores vai mudar, para algo mais próximo da revisão, accountability, que exigem esse conhecimento”, diz o CTO da SAP.

“Os papeis vão mudar. Calcular já foi um emprego humano, que agora existe em qualquer celular, mas não acabou o trabalho de revisão, correção. Será necessário atuar de forma mais ampla. Porque será possível produzir mais código, mas isso também exige proficiência na atividade. E não veremos isso desaparecer por um longo tempo”, completa Mueller.

  • Luís Osvaldo Grossmann está em Bangalore à convite da SAP.

Fonte: Convergência Digital

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