A tecnologia No-Code está entre as maiores tendências para 2024.
Apontada pela Gartner, ao lado de inteligência artificial generativa, força de trabalho conectada e tecnologia sustentável, as plataformas de desenvolvimento "no-code", como a ferramenta FlutterFlow, são consideradas fortes inovações mundiais. Focadas na criação de aplicativos, elas permitem aos profissionais que não são especialistas e nem programadores construir soluções próprias em tecnologia.
De acordo com estudo da Gartner, 80% dos serviços e produtos tecnológicos devem passar a ser construídos por pessoas que não são necessariamente especialistas em tecnologia. A previsão é de que aproximadamente 65% dos softwares sejam livres de códigos até 2024.
Num cenário de revolução digital, cresce a vontade e a necessidade de empoderar e dar mais autonomia a áreas diferentes de uma empresa em relação à programação e à criação de sistemas que automatizam projetos e demandas. Como dispensam o conhecimento amplo em codificação, as tecnologias de no code apps e Low-Code ganham destaque e adesão.
Vale lembrar ainda que o setor de tecnologia começou a enfrentar o desafio de ter que lidar com a falta de mão de obra capacitada desde que a digitalização foi acelerada. Segundo levantamento da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), serão criados mais de 797 mil empregos nessa área até 2025 no Brasil. Outros dados mostram que devem ser formados 267 mil profissionais, indicando um déficit de 530 mil postos de trabalho sem contratação.
Assim, como a falta de mão de obra especializada é uma das dificuldades principais das organizações na busca por profissionais de TI, as ferramentas No-Code, que utilizam linguagem Bubble io, por exemplo, surgem como soluções práticas e acessíveis. Essa tecnologia tem sido considerada o futuro, pois permite que qualquer companhia, independentemente de seu tamanho ou de acesso a profissionais especializados, consiga se inserir no movimento de transformação digital e se manter competitiva.
O que é No-Code e quais suas vantagens no contexto empresarial?
O termo “No-Code”, em tradução livre, quer dizer sem código e, “Low-Code”, pouco código. Esses são métodos que possibilitam às pessoas que não dominam a programação desenvolverem produtos e serviços sem precisar usar código – ou usando pouco – a partir de alguns cliques. Exemplos incluem aplicativos, inteligências artificiais e games.
Com uma plataforma No-Code em mãos, é possível realizar todo o processo de criação sem ter conhecimento em programação e sem ser preciso acionar a área de TI, devido às ferramentas de configurações e interfaces gráficas. No caso do Low-Code, por sua vez, os produtos ou serviços digitais podem ser montados por blocos, mas necessitam de um programador profissional ao final ou ao longo de determinadas partes do projeto.
Esse mercado tem impulsionado o crescimento de desenvolvedores cidadãos e acelerado o desenvolvimento de softwares. De acordo com pesquisa do ISG, o setor alcançou a marca atual de US$ 25 bilhões, com previsão de dobrar nos próximos cinco anos e chegar a US$ 45,5 bilhões até 2027.
Apesar das preocupações sobre o controle tecnológico e o risco de segurança, defensores dessa tecnologia destacam vantagens. A abordagem promete, por exemplo, acelerar o desenvolvimento de softwares em até 10 vezes e a previsão é de que metade das grandes empresas adotem no code e low code como plataformas estratégicas até o final do próximo ano.
A proposta de usar nenhum ou pouco código para essas criações têm funcionado como um "multiplicador de força" para superar desafios históricos de alinhamento entre negócios e tecnologia.
No-Code facilita a criação do produto mínimo viável
Além disso, essas plataformas tornam a criação de protótipos e de MVPs, Minimum Viable Product (Produto Mínimo Viável, em português) muito mais rápida. Essa abordagem de desenvolvimento de produtos ou serviços concentra-se em criar a versão mais básica e funcional possível para atender às necessidades essenciais dos usuários.
Nesse sentido, o objetivo do MVP é lançar algo no mercado de maneira rápida para obter um feedback real dos usuários, aprender com essa experiência e, em seguida, aprimorar e expandir o produto com base nesse retorno. A dinâmica, conforme os especialistas, faz com que as empresas economizem tempo e recursos, já que evita o desenvolvimento excessivo de produtos que podem acabar não sendo necessários ou desejados pelos clientes.
Fonte: O Debate